Ao fazer a abertura da reunião institucional com membros da diretoria, conselhos e gestores da Cooperativa Frísia, de Carambeí (PR), na manhã desta terça-feira (02/06), o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, falou sobre o momento vivido com a pandemia do novo coronavírus. “Desde o dia 20 de março, nossa equipe, por conta das orientações das autoridades de saúde, está trabalhando de forma remota. Mas o nosso foco principal é atender todas as demandas das cooperativas e estamos monitorando diariamente para que isso aconteça, sem perder a qualidade da entrega. Diante do atual cenário, estamos replanejando nossas ações para este ano e com a meta de realizar aquilo que é relevante e essencial para as cooperativas, aquilo que é de interesse de todos os ramos do sistema cooperativista paranaense”, destacou.
Desafios – Para Ricken, “a partir desta pandemia, os encontros virtuais como esse de hoje, com toda as lideranças da Frísia, passaram a ser comuns. Esta é a nossa 15ª reunião institucional realizada de forma online, sem precisar nos deslocar e nem vocês, o que facilita e dá mais tranquilidade para focarmos no principal: nas informações de qualidade geradas pelo monitoramento”.
Crise – Para o presidente do Sistema Ocepar, apesar do ramo agropecuário, do qual a Frísia pertence, não ter parado durante este período de isolamento social, mantendo suas atividades quase na normalidade, “não dá para desconsiderar a crise econômica que iremos passar, aliás, fase esta que se iniciou bem antes da pandemia, lá em 2015, quando houve uma queda expressiva no PIB. Segundo estimativa do Banco Central, com a Covid-19, teremos um crescimento negativo próximo de 6 pontos. Se somarmos os impactos anteriores, podemos chegar entre 13 e 15 pontos de empobrecimento do Brasil, com perdas de emprego. E isso pode nos levar para conflitos, semelhante ao que ocorreu ontem em Curitiba, com atos de vandalismo e que sempre precede a uma crise política”, destacou Ricken.
Balanço – Mesmo nos anos de pouco crescimento no país, o cooperativismo deu mostra da sua força e continuou crescendo acima da média nacional. Na avaliação do dirigente, a expectativa é ainda termos um ano relativamente bom em termos de resultados financeiros. “Com a manutenção do trabalho das cooperativas do ramo agropecuário, transporte, saúde e crédito, devemos chegar próximo da meta dos R$ 100 bilhões de movimentação econômica, conforme prevê nosso planejamento estratégico, o PRC100”, frisou. “Sairemos diferentes do que entramos, cada ramo merece uma atenção especial, como o setor de saúde que está sendo impactado com o aumento na demanda”.
Mercado – Mas Ricken acrescenta que o setor não terá que fazer uma retomada das atividades, como acontecerá com outras empresas. “Afinal nossas cooperativas não pararam, mas precisam estar preparadas para o novo comportamento dos consumidores. Com certeza, a pandemia nos trouxe novas formas de agir e de consumir. O digital estará cada vez mais presente em nossas vidas e precisamos estar atentos a todas essas novas ferramentas disponíveis para podermos nos beneficiar. Nosso compromisso continuará sendo com o pleno abastecimento das cidades, do país. Estamos alinhados neste sentido com todas as cooperativas e com o Sistema OCB. Estamos às vésperas do novo Plano Safra e esperamos que o governo atenda nossos pleitos, em especial, a redução na taxa de juros e, também, em volume de recursos disponíveis para a comercialização”, destacou.
Intercooperação – A Frísia, que já é um modelo de intercooperação com as cooperativas Castrolanda e Capal, com a Unium e com a Fundação ABC, agora pensa num passo um pouco maior: reunir um maior número de cooperativas paranaenses num projeto inovador de marketplace, plataforma mediada por uma empresa ou cooperativa em que vários fornecedores se inscrevem e vendem seus produtos. Segundo o presidente Renato Greidanus, a cooperativa desenvolveu uma proposta que deverá ser apresentada para o Sistema Ocepar para que seja discutida com as lideranças cooperativistas de todo o Paraná. “Nosso foco com esta ideia é reunir um maior número de interessadas para realizar compras conjuntas, seja de insumos, maquinários etc. Criar uma grande comunidade e fazer nossas compras, seja para a cooperativa ou mesmo para as propriedades, seria o ideal. Tudo através do meio digital que está aí para facilitar nossas vidas. Se todo mundo participar, teremos mais poder de negociação em conjunto do que de forma isolada. Modernizar nossa forma de atuar e olhar para quem é o mais importante, ou seja, o cooperado, razão de existir das nossas cooperativas”, salientou.
Alinhamento – Greidanus, além de agradecer a participação do presidente Ricken na reunião, e também toda equipe do Sistema Ocepar pelo trabalho realizado. “Temos acompanhado todo o trabalho de vocês, especialmente neste alinhamento com governo, seja estadual ou federal, no Congresso e junto às lideranças do setor produtivo. Tudo está sendo muito conduzido por você, Ricken, e equipe. E esta oportunidade de ouvir o setor de monitoramento com os números relativos à nossa cooperativa é uma grande oportunidade”, destacou o dirigente.