As cooperativas paranaenses, maiores responsáveis pela indústria de alimentos do estado, vão investir um valor recorde de R$ 3,8 bilhões ao longo de 2020, sendo mais de 90% no Paraná e o restante nos vizinhos Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e São Paulo. A quantia anunciada pelas 216 cooperativas ligadas ao Sistema Ocepar é 75% superior a de 2019 e quase o dobro da média dos anos anteriores da década – próxima dos R$ 2 bilhões.
Agroindústria – A maior parte do investimento, R$ 2,1 bilhões, vai para cadeias produtivas da agroindústria. Mais de 3/4 serão concentrados em soja (R$ 524 milhões), aves (R$ 449 milhões), suínos (R$ 380 milhões) e lácteos (R$ 271 milhões).
Outros – Na sequência, com cerca de 35% dos investimentos, ou R$ 1,35 bilhão, estão armazenagem, logística e produção de energia. Atualmente as cooperativas já respondem por mais da metade da capacidade estática de armazenagem do Paraná: 16,1 milhões de 31 milhões de toneladas, segundo o Sistema Ocepar. Com o investimento previsto para esse ano, a intenção é crescer 10%, chegando a 17,7 milhões de toneladas.
Unium – Durante o último Show Rural Coopavel, realizado no início de fevereiro, em Cascavel, a Unium (marca institucional das cooperativas Frísia, Capal e Castrolanda) apresentou, por exemplo, sua entrada no setor de energia: a Enérgique, voltada à produção de energia limpa a partir de resíduos para produção de biometano. A unidade está montada na região de Castro, nos Campos Gerais.
Impacto – Os esforços devem impactar na produção da indústria de alimentos no estado, que ainda em 2019 teve seu maior crescimento anual, de 8,8% (em relação a 2018), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa engloba abate e fabricação de carnes, pescados, biscoitos, achocolatados, balas, condimentos, massas, pães, sucos concentrados, óleos, laticínios, alimentos à base de milho, trigo, arroz, café, açúcar, e outros.
Frango – Maior produtor de carne de frango – com abate recorde de 1,87 bilhão de cabeças em 2019, de acordo com o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) – o Paraná já mira a liderança em outro setor. Segundo o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, o estado pode em breve se tornar o maior produtor de suínos. “A tendência é de que o Estado cresça ainda mais, e dentro de três ou quatro anos lidere produção de carne suína no Brasil, por exemplo. Vamos continuar garantindo a qualidade do produto e aproveitando a chance de melhorar cada vez mais a nossa economia”.
Novos investimentos – Com a autorização para suspender a vacinação contra a febre aftosa, empresas já miram novos investimentos e buscam novos destinos para o animal, cuja exportação hoje é dominada por Santa Catarina. (Gazeta do Povo)